segunda-feira, 5 de março de 2007

Volúpia de um banho

Sob o chuveiro, espumas e beijos
Mãos que escorregam como plumas.
A língua no pescoço ao redor da nuca
Músculos retesados
Oferecendo uma parte de ti.
É tão somente desejo escorregante
Que penetra em mim.
(Rosa)

E a saudade fica...

E a saudade fica...
Na ausência física ou na dor da presença sentida
Na alma que cala de angustia, no amor,
Que se foi...que se vai...
No grito do horror da despedida,
Da boca selada, no silêncio da voz que geme.
Nas manhãs de chuva, nas madrugadas que se agita,
No dias quente...e frio,
No vazio do amanhã talvez...
Fica no quem sabe, no caso ou no acaso
E a saudade onde fica?
Em mim ou em você.
Olha a sua volta, ainda me vê?
Procura-me ao lado de sua cama,
Assim poderá quem sabe responder.
Onde fica esta tal saudade?
Em mim ou em você
a saudade fica.
(Rosa)

domingo, 4 de março de 2007

Escolha-me

Escolha-me
Entre santas e madalenas,
Entre desejos e obediências
Entre comando e servidão.
Escolha-me!
Entre o sacro e o profano
Entre o secreto e o público
Entre o amor e a paixão.
Escolha-me!
Entre o dito e o não dito
Entre o sentimento e o sentido.
Escolha-me!
(Rosa)

No silêncio do meu quarto...

O sono não vem e no silêncio do meu quarto as minhas indefiníveis inquietações me fazem viajar, ora tiro as paredes frias e me vejo num espaço infinito de sonhos, onde atuo, neste palco sou arte, sou libélula, sou mulher, sou a platéia do meu eu, onde sou só aplausos...
No silêncio do meu quarto sou poeta, faço meu coração bailar ao som das rimas, escrevendo assim o meu poema.
E o sono não vem... o lençol revirado, o travesseiro molhado de lágrimas quentes que deságua serena num pranto calado... disfarço num sorriso , transportando-me ao mundo do povo sofrido de males palpáveis e concreto que o da solidão. ...
No silêncio do meu quarto refaço o cenário, cama larga onde sou toda fatal, sem medos, com certezas, mulher forte, faço planos , reviro o mundo , sou sensacional.
No silêncio do meu quarto busco você, como se fosse companhia constante do meu viver, gritando bem alto e tingindo de verde esperança este meu coração, que bate com a força de um sentimento suspenso no ar.
No silêncio do meu quarto, penso no tempo perdido de sonhos, de juventude que está indo, o coração comprime , me falta até o ar.
No silêncio do meu quarto desejo que alguém escutasse a minha voz, palavras que a alma escreve nas folhas brancas do meu viver.
E o sono não vem, inimigo do meu ser, olho em volta tudo parado numa noite quente sem luar...desejo dormir logo, libertando-me deste vazio que o silêncio do meu quarto me faz sentir, trazendo-me ao amanhecer uma melodia de amor.
No silêncio do meu quarto, vou tentar dormir, acalmando o compasso do meu coração. (Rosa)

Melodia

Venha tocar...
A nota do nosso prazer!
(Rosa)