domingo, 4 de março de 2007

No silêncio do meu quarto...

O sono não vem e no silêncio do meu quarto as minhas indefiníveis inquietações me fazem viajar, ora tiro as paredes frias e me vejo num espaço infinito de sonhos, onde atuo, neste palco sou arte, sou libélula, sou mulher, sou a platéia do meu eu, onde sou só aplausos...
No silêncio do meu quarto sou poeta, faço meu coração bailar ao som das rimas, escrevendo assim o meu poema.
E o sono não vem... o lençol revirado, o travesseiro molhado de lágrimas quentes que deságua serena num pranto calado... disfarço num sorriso , transportando-me ao mundo do povo sofrido de males palpáveis e concreto que o da solidão. ...
No silêncio do meu quarto refaço o cenário, cama larga onde sou toda fatal, sem medos, com certezas, mulher forte, faço planos , reviro o mundo , sou sensacional.
No silêncio do meu quarto busco você, como se fosse companhia constante do meu viver, gritando bem alto e tingindo de verde esperança este meu coração, que bate com a força de um sentimento suspenso no ar.
No silêncio do meu quarto, penso no tempo perdido de sonhos, de juventude que está indo, o coração comprime , me falta até o ar.
No silêncio do meu quarto desejo que alguém escutasse a minha voz, palavras que a alma escreve nas folhas brancas do meu viver.
E o sono não vem, inimigo do meu ser, olho em volta tudo parado numa noite quente sem luar...desejo dormir logo, libertando-me deste vazio que o silêncio do meu quarto me faz sentir, trazendo-me ao amanhecer uma melodia de amor.
No silêncio do meu quarto, vou tentar dormir, acalmando o compasso do meu coração. (Rosa)

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